domingo, 27 de junho de 2010

MOÇÕES E VOTOS (DE LOUVOR E PESAR) APRESENTADOS PELA CDU NA SESSÃO DE 25 DE JUNHO

VOTO DE PESAR PELO FALECIMENTO DE JOSÉ SARAMAGO

José Saramago nascido em 16 de Novembro de 1922, na Azinhaga (Golegã) e falecido no passado dia 18 de Junho, em Lanzarote (Espanha) foi um dos maiores vultos da literatura portuguesa e mundial, da segunda metade do século XX e da primeira década do século XXI. Com efeito, foi através de José Saramago que a literatura portuguesa adquiriu o reconhecimento mundial que nunca, até então, lhe tinha sido atribuído. Em 1998 foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, o único atribuído a um escritor português. Nunca frequentou a Universidade, e a sua primeira profissão foi de serralheiro mecânico, tendo sido também funcionário público e tradutor. Referiu uma vez que o homem mais sábio que conheceu em toda a sua vida não sabia ler nem escrever. Referia-se ao seu avô Jerónimo. È na humildade que se conhecem os grandes homens, como esta frase, lapidarmente, explica. Nunca esqueceu as suas origens humildes e a sua ligação ao povo português. Iniciou a sua actividade literária, em 1947, com o romance “Terra do Pecado”. A partir do romance “Levantado do Chão”, de 1982, onde conta a saga dos camponeses alentejanos e da sua luta contra as forças opressoras, no ambiente de miséria do tempo do fascismo português, o escritor inicia uma linguagem original com uma escrita caracterizada por frases e períodos compridos, numa nova forma que se pode considerar de eloquência oral do povo português. Esta nova linguagem escrita, por ser tão original, torna-o um dos maiores escritores da literatura portuguesa. São da sua autoria outros livros como “Memorial do Convento”, “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, “Ensaio Sobre a Cegueira”, “O Homem Duplicado” ou “A Viagem do Elefante”, todos traduzidos em inúmeras línguas. Para além de romancista foi, também, poeta e alguma da sua obra foi adaptada ao cinema, ao teatro, à canção e à ópera. Militante do Partido Comunista Português, desde 1969, nunca renegou os seus ideais, aos quais se manteve fiel até ao fim da vida. José Saramago é um daqueles raros homens que, como referiu Camões, se irá da lei da morte libertar, já que, apesar do seu desaparecimento físico, a sua obra perdurará e continuará a ser recordada e estudada pelos vindouros. Foi com enorme consternação e pesar que os membros da Assembleia Municipal do Sabugal tomaram conhecimento do seu passamento.
A Assembleia Municipal do Sabugal presta, por isso, sentida homenagem ao escritor José Saramago, manifesta profundo pesar pelo seu falecimento e endereça aos seus familiares e amigos, as mais sinceras condolências.

Pelo Grupo da CDU na Assembleia Municipal do Sabugal
João Carlos Taborda Manata e João Manuel Aristides Duarte

Aprovado por maioria, com várias abstenções( sobretudo de membros do PS) e 1 voto contra

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